quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Dia Internacional da Pessoa com Deficência

Publicado por Maria Célia Becattini



O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência comemora-se anualmente a 3 de dezembro.

Esta celebração realiza-se desde 1998, ano em que a Organização das Nações Unidas avançou com a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência.

A data tem como principal objetivo a motivação para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência e a mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar destas pessoas.

Cada ano, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, tem um tema específico, que pauta as atividades e eventos deste dia. A realização de concursos (de cartazes ou frases) é um exemplo de atividades levadas a cabo neste dia, com o fim de consciencializar a população da importância da integração das pessoas portadoras de deficiência na sociedade.

Meu Batizado na Capoeira

Publicado por Pedrinho Becattini

No dia 29 de Novembro fui graduado na Capoeira do Mestre Agostinho, em Belo Horizonte, MG.

Assista ao vídeo:


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Renata, uma história de inclusão das crianças com síndrome de Down na escola

Postado por Maria Célia Becattini

Por Vera Garcia em 26.09.2014

Jovem sonha em ser atriz e já é uma das estrelas de um documentário sobre inclusão

Personagem principal do documentário Outro Olhar, que será lançado nesta terça-feira (23), a gaúcha Renata Basso, de 19 anos, é uma das poucas jovens com síndrome de Down de Santa Maria, Rio Grande do Sul, que se formou no ensino médio depois de estudar em escolas públicas a vida toda.

Retratando os desafios da educação inclusiva no País, o filme que ela protagoniza mostra como Renata quebrou paradigmas em sua cidade e se tornou um exemplo para outras crianças com necessidades especiais.

— Entrei em uma escola pública quando tinha seis anos. Nunca frequentei outro tipo de colégio. A primeira lembrança que tenho é que me dava muito bem com as minhas amigas, nunca me senti excluída.

Roseane Basso, irmã da jovem, contou que a família foi aconselhada a incluir Renata em atividades com outras crianças que não tinham necessidades especiais.

— Minha mãe foi aconselhada por um grupo de professoras da Universidade Federal de Santa Maria a colocá-la em uma escola pública. A universidade ofereceu acompanhamento especial para Renata durante todo o ensino fundamental.


Renata quebrou paradigmas em sua cidade e se tornou um exemplo para outras crianças. Foto: Divulgação

Renata foi alfabetizada aos oito anos e acompanhava bem a turma, mesmo assim, conta que o ensino médio foi um período especialmente desgastante. Na mudança de escola, a jovem perdeu o acompanhamento especial e teve que lidar com outros desafios.

— A escola era muito grande e eu imaginava que não conseguiria fazer muitos amigos, mas pedi para entrar nos grupos e consegui. Tinha algumas aulas que eu não era capaz de acompanhar bem, mas outras, como biologia, eram bem legais porque a professora explicava tudo bem explicadinho para mim.

Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que patrocinou o filme, comenta que o desafio da educação inclusiva no ensino médio é ainda maior do que na etapa do fundamental.

Segundo ele, inadequação da estrutura atual da escola, voltada para um ideal de aluno e não para atender à singularidade de cada um deles, vai desde o currículo até a infraestrutura e arquitetura da escola, passando pela formação de professores e gestores.

— A educação inclusiva nos obriga a repensar o ensino como um todo. No que se refere ao currículo, precisamos pensar o que é necessário que as crianças e jovens aprendam para a vida. Além disso, são necessárias políticas públicas para formação dos professores e para apoiar os gestores e as famílias para a garantia da educação inclusiva nas escolas públicas.

O Colégio Estadual Coronel Pilar, onde Renata estudou, se tornou referência em educação inclusiva. Em 1993 a instituição recebeu o primeiro aluno cego em uma classe de ensino regular, reconheceu a importância social e aceitou o desafio pedagógico de ter salas de aula mais plurais quando tais práticas ainda eram absolutamente incipientes e experimentais na educação brasileira.

Outro Olhar

A apresentação do documentário acontece às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. O evento também terá um debate, que contará com a participação de Henriques, do diretor geral do Instituto Rodrigo Mendes, Rodrigo Mendes e de Liliane Garcez, mestre em educação e assessora especial da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo.

Matemática no dia a dia para crianças com Down

Postado por Maria Célia Becattini

Por Dana Halle*
Tradução: Patricia Almeida

Muitos pais acreditam que a matemática consiste apenas em números e contas. No entanto, a matemática básica engloba muito mais coisas, como tamanhos, formas, cores, medidas, tempo, espaço e dinheiro. Estes são os princípios necessários para usar os números e ajudar as crianças a processar, organizar e discutir a base matemática.

Desde muito cedo as crianças seguem rotinas, jogam e fazem escolhas que têm a ver com a matemática. Para crianças mais novas, a matemática pode consistir em “mais brócolis ou nada de biscoito”. A linguagem matemática é usada para descrever uma bola redonda ou uma borboleta amarela. Matemática pode ser “mais cinco minutos”, o filme de ontem ou a festa de aniversário de amanhã. Matemática é também contar os gols de uma partida de futebol, ajudar a cozinhar, separar a roupa para lavar, fazer compras ou escolher uma roupa que “combine”.

À medida que nossos filhos crescem, a capacidade para a matemática se relaciona mais diretamente com a vida prática. Matemática passa a ser acordar a tempo de ir à escola, ter em conta as datas para entregar as tarefas e levar dinheiro o suficiente para comprar pipoca no cinema. A matemática é importante porque os conceitos matemáticos ajudam nossos filhos a compreender o seu mundo, além de prepará-los para uma maior independência.

Embora ainda não tenham sido feitas muitas pesquisas sobre as habilidades matemáticas de crianças com síndrome de Down (SD) como em outras áreas (a exemplo das habilidades de leitura e escrita), apresentamos dados que sugerem que a introdução precoce de matemática na educação de crianças com SD poderia melhorar a capacidade delas de entender conceitos matemáticos no futuro.


Reprodução do site do National Down Syndrome Congress.



A prática sugere que:

– Crianças com síndrome de Down são capazes de aprender os primeiros passos para se contar, como as outras crianças, mas a um ritmo mais lento;
– O ensino é mais eficaz se as atividades de matemática são divididas em pequenos passos, com mais repetições e explorando materiais mais visuais e concretos;
– Os pais devem expor a criança à linguagem matemática desde pequena e usá-la muitas vezes;
– Os pais podem ajudar a compensar as dificuldades. Por exemplo: podem optar por ter objetos maiores quando são utilizados materiais manipuláveis; oferecer suporte para as dificuldades de escrita e apresentar alternativas (computadores, adesivos, cartões com números); oferecer recursos visuais (linhas numéricas, tabelas de horários, calendários);
– O rendimento do aluno na Matemática varia muito entre as crianças com SD;
– Programas de matemática multissensoriais, como o Numicon*, são eficazes para a educação porque oferecem imagens concretas de números;
– Às vezes, as crianças com SD têm dificuldade em generalizar conhecimento matemático – quando o conhecimento adquirido em um determinado contexto ou usado de uma certa forma pode não ser transferível para outros contextos ou usos. Dessa maneira, os pais devem ajudar os filhos a entender como aplicar as habilidades matemáticas em situações cotidianas, para que a matemática tenha sentido.

Assim como no ensino precoce da leitura e escrita, os pais podem desempenhar um papel importante na introdução e reforço dos conceitos matemáticos. Alguns pais evitam o ensino da matemática por medo, porque acham muito complexo ou porque não têm certeza sobre por onde começar. Ponha de lado as más recordações que você tem da geometria do ensino médio e descubra como é fácil e divertido estudar matemática em casa com o seu filho!

Por onde começar?

Como sempre, deve-se levar em conta a idade e o conhecimento prévio de seu filho.

As atividades devem ser apropriadas para a idade e o interesse da criança. Pais terão melhores resultados se adequarem os exercícios à idade do filho. Se conseguir que seu filho de três anos fique parado alguns minutos, tente fazer jogos de matemática usando livros, música, brinquedos, alimentos ou objetos que capturem a atenção dele. Aponte para as cores ou formas em um livro. Cante uma canção de contar. Diferencie brinquedos “grandes” de “pequenos” ou conte e classifique blocos de construção, como Lego.

Da mesma forma, à medida que aumenta a capacidade de concentração, trabalhe com seu filho de quatro ou cinco anos em uma mesa ou escrivaninha para que ele se acostume ao ambiente de aprendizagem do jardim de infância. As crianças nem percebem que estão “trabalhando” se forem expostas a atividades de matemática durante a hora do lanche ou imediatamente após uma refeição – pode fazer um desenho com uvas e biscoitinhos pequenos, por exemplo.

Uma vez que as crianças começam a frequentar a escola primária e se acostumam à educação estruturada, os pais podem intercalar as atividades de casa com jogos. Assim incentivam os filhos a fazerem as lições de casa: “depois de concluir seu dever, vamos usar frações para assar uma pizza”, ou “quando terminar a tarefas, vamos jogar um jogo de tabuleiro?”.

Adapte as atividades ao grau de conhecimento de seu filho. Ensinar em casa lhe permite apoiar a aprendizagem considerando o nível exato de conhecimento matemático de seu filho. Se a criança ainda não teve contato com a matemática, tome a iniciativa de introduzir a matéria. Use uma linguagem matemática simples, nomeie as cores e as formas, cante canções de contar ou faça atividades usando contas simples. Uma criança com certo grau de conhecimento de matemática poderia começar a trabalhar em casa classificando objetos por cor ou forma, contando até cinco ou dez com ajuda e identificando os números.

Uma vez que as crianças comecem a frequentar a escola, o apoio da matemática em casa torna-se mais estruturado – e de certa forma mais fácil. Conheça os professores e verifique o currículo escolar de matemática para saber os assuntos estão sendo ensinados em sala de aula e reforçar as lições em casa. Os pais podem também fazer uma introdução básica sobre tópicos que serão discutidos na aula antes da professora dar a matéria.

Os pais que trabalham em casa com alunos iniciantes podem concentrar-se em:

Noções pré-numéricas:

1) Classificar: por similaridade agrupar objetos – cor, forma, tipo, tamanho;
2) Ordenar: identificar as diferenças entre os diferentes elementos;
3) Copiar modelos: repetir formas ou números;

Os primeiros conceitos numéricos:

1) Contar de memória: a criança aprende os nomes dos números na ordem correta – um, dois, três, etc.;
2) Contar com sentido: contar objetos na forma tradicional;
3) Reconhecer símbolos numéricos: saber que a palavra “cinco” é o mesmo que “5”;

Os pais que trabalham em casa com estudantes mais experientes podem abordar:

1) Contar saltando números: contar de 2 em 2, 5 em 5 ou 10 em 10;
2) Operações: adição, subtração, multiplicação;
3) Hora;
4) Dinheiro;
5) Frações;
6) Medidas.

As atividades devem fazer que a matemática tenha sentido. Como mãe ou pai, você tem algo que os professores não têm: os recursos e a flexibilidade para criar oportunidades para o ensino da matemática e localizá-la em um determinado contexto. Ao ensinar conceitos de dinheiro, vá a uma loja e compre alguma coisa. Ensine frações cortando uma pizza em metades, quartos, sextos e oitavos antes de comer. Em casa, separar a roupa para lavar ou esvaziar a lava-louça viram atividades matemáticas. A matemática faz mais sentido em simples atividades diárias.

A matemática está presente todos os dias, em todos os lugares. Trabalhar sobre conceitos de matemática em casa abre o caminho para um desempenho escolar em matemática bem sucedido e para alcançar independência na vida. Boa sorte e esperamos que você aproveite esta oportunidade para fortalecer o vínculo com seu filho através da matemática!

*Dana Halle, Doutora em Direito, mãe de Nick, um menino de 12 anos com síndrome de Down; diretora-executiva da Fundação Síndrome de Down de Orange County e criadora deThe Learning Program ™ ["programa de aprendizagem "] , um nível educacional reconhecido nacionalmente que oferece suporte baseado em evidências para crianças, pais e professores do programa. Além disso, Halle é vice-presidente de Educação para a Síndrome de Down EUA, uma organização sem fins lucrativos associada à Educação para a Síndrome de Down Internacional (DownsEd), líder mundial reconhecida em pesquisas científicas sobre a organização intervenção educação e desenvolvimento cognitivo precoce em crianças com SD.

Referências:
[1] Bird, Gillian e Buckley, Sue, Número de Desenvolvimento de Competências para bebês com síndrome de Down (0-5) (Down Syndrome Education Intl 2001). Pode ser baixado gratuitamente no http://www.down-syndrome.org/information/number/early/.
[1] Bird, Gillian e Buckley, Sue, Número Competências para Indivíduos Síndrome de Down – Uma Visão Geral (Down Syndrome Education Intl 2001). Pode ser baixado gratuitamente nohttp://www.down-syndrome.org/information/number/overview/.
[1] Numicon é um programa multisensorial que fornece suporte para a aprendizagem de conceitos matemáticos. Acesse aqui.

Fonte: National Down Syndrome Congress

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domingo, 8 de junho de 2014

O que ensinar ao seu filho sobre o amigo com Síndrome de Down?


Postado por Maria Célia Becattini

Por Mãe do Bruno


O pequeno Bruno.
Crédito da foto: maedobruno.wordpress.com

Tenho certeza que essa é uma dúvida de muitos pais, já que a criança de até uns 10 anos (a depender do seu contexto social) ainda não tem a clara noção da diversidade humana que a cerca. Na verdade eu me coloco no lugar desses pais, e vejo que se não tivesse o Bruno, também teria uma interrogação.

Suponhamos que seu filho tenha um parente, ou amigo na escola, com síndrome de Down. Não sei como você encara essa ideia, mas tenha certeza que ter amizade com uma criança com qualquer tipo de deficiência é muito bom para as duas crianças. Seu filho terá a oportunidade de saber lidar com a diversidade e ser uma pessoa melhor, e você pode facilitar isso.

Mas o que dizer sobre a síndrome? Bom, enquanto ele não perguntar nada, relaxe, você também não precisa explicar. Deixe que a coisa flua. E aqui eu faço o meu primeiro pedido: aja o mais naturalmente possível, por mais que a situação não seja tão natural nem mesmo para você (por desconhecimento e inexperiência). O seu exemplo de como reagir perante o meu filho vai funcionar como um espelho para o seu filho, então, por favor, não demonstre pena, e independentemente das suas expectativas quanto à nossa reação, aja diante de nós da mesma forma como você agiria junto a qualquer mãe com qualquer filho.

Depois vai chegar um momento em que seu filho vai perguntar algo, ou fazer uma observação do tipo “nossa, o Bruno (por exemplo) já tem três anos e não sabe falar quase nada!”. E aqui estou supondo que seu filho é do tipo “sutil” (rs…), porque também existe uma grande possibilidade dele dizer algo bem alto e brutal, no meio de uma brincadeira com a galera toda, do tipo: “pula a vez do Bruno porque ele não vai entender mesmo”. Ai. Calma. Neste momento não vai ser legal você simplesmente me pedir desculpas e arrastar seu filho para longe. Pode parecer a maior malcriação da tarde, mas arrisco dizer que provavelmente seu filho não disse isso por maldade. Apesar de não ser nada delicado, lá pelos seis ou sete anos, especialmente os meninos, são muito objetivos, ao contrário das meninas, que são muito mais sensíveis.

Pois bem, vá em frente e aproveite o momento para uma intervenção feliz, e por favor, não faça a cena parecer mais grave do que é (nem menos). Diga, por exemplo: “ei, ele está brincando junto, e caso não consiga fazer, nós vamos ajudá-lo, certo? Tenho certeza que ele vai aprender”. Ah, e tem um detalhe: nem pense em deixar o garoto com síndrome de Down como “café-com-leite” na brincadeira, ok? E se você for a mãe desse garoto meio rude que propôs deixar a criança com síndrome de Down de fora da brincadeira, e quiser ir mais a fundo numa conversa sobre respeito, deixe para quando chegar em casa. Então, se for o caso, explique que o amigo tem, sim, uma certa dificuldade para aprender ALGUMAS coisas, mas que sempre consegue aprender, mesmo que pareça demorar um pouco mais. Independente deste amigo não responder da forma que a gente espera, ainda assim é muito importante tratá-lo como às demais pessoas.

Isso também é bem importante: use o que eles têm em comum – estão na mesma turma da escola, gostam de jogar bola, assistir TV, que ambos ficam contentes quando aprendem algo novo… etc… e citar outros exemplos de diferenças também pode ajudar a criança a entender esse novo contexto que se apresenta: “em nossos passeios, na escola, na igreja, em vários lugares você pode perceber que algumas pessoas são diferentes das outras, isso porque NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM neste mundo, e isso é o que tem de mais gostoso – todos os seus amigos são diferentes, seja na cor, no tamanho, na aparência ou no comportamento!”.

Jamais diga ao seu filho que a síndrome de Down é uma doença. Se você achar necessário nomeá-la, diga simplesmente que é uma característica que algumas pessoas possuem, da mesma forma que cada um nasceu de um jeito ou de outro – com os olhos verdes ou castanhos, com o cabelo liso ou enrolado, com habilidade de nadar ou de fazer contas, com talento para música ou para esporte, com alguma alergia, etc…

Tenho percebido que uma das diferenças que as crianças mais notam no Bruno (e nas demais crianças com síndrome de Down) é a dificuldade da fala. Pois bem, se possível, deixe claro para o seu filho que mesmo não sabendo falar muita coisa ainda, essas crianças são capazes de ENTENDER tudo, e que só porque não falam, não significa que eles não ouvem.

Para encerrar, não espere a escola abordar com seu filho a importância da tolerância, do respeito e da amizade. Esses valores começam em casa, e irão ajudá-lo nas mais diversas situações, por toda a vida. Como sugestão, use histórias infantis, por exemplo as fábulas escritas pela professora Débora Seabra, que por sinal tem síndrome de Down. Ela lançou um livro de fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo, usando animais de uma fazenda como protagonistas.

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sábado, 24 de maio de 2014

Como não se encantar?

Publicado por Pedrinho Becattini


Aula prática de amor e convivência!

Postado por Maria Célia Becattini

Ivelise Giarolla pediu para a coordenadora da escola da filha a explicação que dá para todos os pais: o que é, na prática, a escola inclusiva. Afinal, todas as crianças estudam nela...
Por Ivelise Giarolla
21.05.2014



Quando soube que minha filha Lorena nasceria com Síndrome de Down, entrei em um pânico imensurável. Um dos motivos do desespero foi de pensar, a todo o momento, que ela seria diferente da irmã mais velha e que não seriam companheiras na escola. Ao conversar com uma amiga minha do trabalho, cuja filha também estuda no mesmo colégio, ela me acalmou dizendo que na escola delas havia outras crianças com Síndrome de Down. “Como isso?”, pensei.

Por falta de informação, nunca pude imaginar que minha filha frequentaria uma escola regular. Hoje, felizmente, vejo que as escolas, a passos de formiguinha, estão mudando a mentalidade e abrindo as portas para os alunos com algum tipo de deficiência. Assim, “juntos e misturados” com outras crianças esses alunos podem desenvolver mais suas faculdades mentais, motoras, além de ter outro convívio social.

Todos saem ganhando, pois uma escola inclusiva ensina o verdadeiro valor do ser humano, baseado em respeito ao próximo. Com a inclusão, esse aprendizado é de mão dupla. As crianças sem deficiência e seus familiares, em um ambiente escolar inclusivo, terão a oportunidade de ampliar sua forma de pensar e de agir, de efetivamente derrubar o preconceito. Ambas as vivências serão de total importância para todos fora da escola.

Com base na importância deste assunto, pedi para Thaís Ciardella, coordenadora da educação infantil da escola da Lorena, a escrever sobre a educação inclusiva com o amor que ela prega junto de todos os funcionários do colégio.

“Mas essa é uma escola inclusiva?”Para qualquer pai/mãe, conhecer uma ou mais escolas durante o período letivo não é grande novidade. Para qualquer educadora, apresentar sua escola e seu projeto político pedagógico durante o período letivo também é corriqueiro. Perguntas? Mil. “Vocês usam apostila? Como celebram datas comemorativas? Quais são as atividades extracurriculares oferecidas? Tem batata doce no lanche?”. E, ao assinalar o atendimento da educação especial dentro da escola regular, a Lei 9394/96, os pais acrescentam quase obrigatoriamente outra pergunta no pacote: “Mas essa é uma escola inclusiva? Na sala do meu filho tem alguma matrícula de criança especial?”. A esses pais, gostaria que refletissem comigo. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2007) apresenta-se como resultado de um percurso histórico de construções teóricas e legais, em nível nacional e internacional, que apontam a importância de ações em direção à construção de uma escola que atenda a todos os alunos dentro das novas demandas da nossa sociedade. A construção de um ensino inclusivo reserva à escola regular uma série de mudanças, principalmente relativas à maneira de conceber os processos de ensino e de aprendizagem para atender a todos os alunos .As escolas regulares que norteiam as ações pedagógicas e administrativas atualmente apontam a necessidade de atribuir novos sentidos à instituição escola, historicamente seletiva. Aprender o quê? Com quem? Como? Para quê? São perguntas que hoje, com a reconfiguração do ensino, vem à tona. Assumir um compromisso com uma nova abordagem pedagógica, que tenha como horizonte a inclusão, significa reconstruir o espaço social da escola e do acesso ao conhecimento para todos os alunos matriculados. Portanto, sim, essa escola regular e qualquer outra é responsável – em acordo com a Lei - pela escolarização de todos os alunos matriculados. E na classe do seu filho provavelmente terá um aluno especial. Comemore! Isso significa que finalmente o
cotidiano da escola está se tornando um terreno fértil para discussões sobre educação.”